Ainda é tempo, apesar
do Tempo!
Ricardo Martins
Jamais
pensei que em tão diminuto espaço de tempo, apenas 45 anos depois dos meu 13 anos, iria me referir a Vida como
meus avós o faziam: “No meu tempo, era assim ou assado”! Ah! Outros tempos
aqueles!
Como já sou
avô então, e já tenho 45 anos a mais que meus 13 anos!
Na real é
mesmo apavorante parar e sentir que o tempo passou e rápido demais, em grande velocidade,
deixando uma sensação de tempo perdido ou mal aproveitado. E isso soa meio
doloroso, mesmo quando temos a mais absoluta certeza de que aproveitamos o que
foi possível, ainda assim a sensação de perda persiste, pois certamente
poderíamos ter aproveitado mais e melhor. se desprezássemos ou direcionado
menos importância as coisas pequenas que acabam desgastando situações e
relações.
O
interessante é que como não nos vemos de frente, apenas através de alguém ou de
um espelho, não sentimos esta passagem nem registramos muito as marcas do tempo,
pois internamente somos os mesmos, os de sempre.
Entretanto, na real já não somos os mesmos, estamos mais
velhos e as expectativas e perspectivas são outras, enfim. O que equilibra isso,
a meu ver, é a maturidade adquirida através da vivência do dia a dia, a
experiência acumulada e o aprendizado direto na fonte, através das pessoas, e conseqüentemente
a certeza de que o tempo caminha para frente de forma inexorável e dentro de
seu próprio ritmo, não tem jeito de combatê-lo, só aproveitá-lo.
O que
lamento de forma geral é que as pessoas tenham criado tantas dificuldades e obstáculos
para si mesmos e do nada, rotulando situações de forma exagerada, julgando
prematuramente ações e atitudes ou ainda condenando posturas precipitadamente,
e neste exato momento perdendo um tempo precioso com questões pequenas,
ridículas e irrelevantes ao invés de tirar melhor proveito delas e viver mais e
bem mais intensamente.
Evidente que
as convenções sociais são indispensáveis à Vida em comum, senão viveríamos em
uma Torre de Babel, sem códigos, valores e padrões de comportamentos, mas
existem muitos exageros e por via de conseqüência, podem crer, vive-se menos,
no sentido intenso do que propõe naturalmente a Vida.
Observe
quanto tempo perdido por críticas ou comentários vazios, sobre alguém ou sobre
suas escolhas, se as escolhas são
pessoais e intimas! Considerando que não agrida nem invada o espaço do outro
tudo bem! A Vida segue!
Preocupados
com o excesso de moralidade ou com questões de opção individual, a sociedade, as
pessoas, o cidadão em geral não se preocupou com a observação, integração e
interferência na chamada evolução e com isso a situação no Brasil e
conseqüentemente das pessoas, chegou ao
ponto em que está: destrambelhada, caótica, perdulária, degradante, deprimente
em setores vitais, no gestão e no serviço público, por exemplo, e o POVO, em
geral, deixou a onda ir e vir, se atirou ao Mar e literalmente nadou no sentido
da correnteza, mesmo sabendo que esta estava no desvio da rota, por interesses escusos, sujos e ilícitos.
Hoje, de
pouco tempo para cá, possivelmente por conta da Internet e as chamadas Redes
Sociais encontre-se mais indignação, cobranças e noção de cidadania, porém
ainda a grande maioria continua a prestigiar a perda de tempo, por exemplo, os
BBBs e assemelhados da Vida, discutindo as preferências, as posses e status do
seu vizinho, indiretamente comparando-se e olhando a Vida por cima,
superficialmente. O certo, contudo, é
que para estes o Tempo também vai passar, e???? O que restará?
Com toda a
certeza a mesma sensação de perda de tempo de todos, porém mais intensamente,
pois chegará o momento em que o status, o dinheiro e o poder nada poderão acrescentar ou trazer de solução, e ai como
fica??? O destino final é o mesmo para todos!
Penso que
temos que aproveitar o máximo a cada dia,
intensamente, sem limites mesmo, profundamente, entretanto preservando o
respeito ao próximo, ao outro, e as regras fundamentais do convencionamento
social e da convivência em sociedade, sem exageros de moralismo, falsos pudores
ou “carolice religiosa”, não obstante e responsavelmente integrando-se as
causas justas da cidadania, necessárias ao bem estar do povo e do país. Justiça
e oportunidade para todos.
Viver a Vida intensamente, sem, contudo, deixar
de ser cidadão ou rasgar seus ideais por conta de coisas pequenas e chulas.
É tempo
ainda, mesmo que o Tempo tenha passado rapidamente, de realizar, de construir,
e principalmente de viver de forma prazerosa esta Vida maravilhosa e ainda tão
desconhecida e misteriosa, que a nós foi oferecida, gratuitamente.
É verdade,
também, em “outros tempos” ou no “meu tempo”, as coisas e as pessoas em geral
eram ou foram muito melhores, tinham mais qualidade, mas isso é assunto para
outra oportunidade.
É tempo de
viver mais e melhor!
2 comentários:
As nossas experiências constróem o ser que somos, tornados a partir de vivê-las. Mas a essência, é sempre a mesma. Quem nasce com a essência do bem, permanece, mesmo com os indefectíveis erros acumulados, humanos, durante o curso da vida.
Não acredito que todos nascem bons, e o meio os corrompe. Cada qual nasce com o seu cada qual. O bem e o mal é questão de escolha. Tem quem seja o mal encarnado sob o manto diáfano, sob a máscara burlesca de um rosto agradável ou um sorriso bonito, ou nos tempos 2.0, palavras fáceis de serem digeridas, como "queridinha(o), beijinhos, lindinha(os)" etc.
A essência, mostramos, cada um a sua, nas adversidades do curso da vida. Seu texto é uma boa reflexão para um domingo. Bom dia.
Ricardo,
Vivemos em uma era de constante mudança, enquanto o tempo se mantém caminhando ao seu modo. Por mais avanços que possam surgir para a sociedade evoluir, ela só se realiza plenamente se jamais deixarmos de olharmos ao redor e procuramos ajudar quem precisa, doando o nosso melhor e retribuindo tudo o que acontece de bom em nossas vidas. Parabéns pelo artigo que nos desperta esta importante reflexão sobre a vida.
Seja sempre bem-vindo e que Deus o abençoe sempre.
Receba um forte abraço direto do Amazonas.
Nejmi Jomaa Aziz e Omar Aziz
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