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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Grande Traíra!
Será que eu “esperava” demais?
Ricardo Martins

Tudo que eu gostaria, desejava, queria e acreditava como cidadão brasileiro e não como adepto ou partidário, era que o ex–metalúrgico, revolucionário, de fala dura e enfática, inteligente e tratável, habilidoso, líder natural e competente político ao se tornar Presidente da República trabalhasse e implantasse tudo aquilo que defendeu e lutou por cerca de 25/30 anos, nas mais variadas tribunas e palanques da vida.

Que fosse independente e competente, principalmente em unir as forças políticas em benefício do povo brasileiro e suas enormes necessidades e dificuldades.

Que combatesse a desigualdade social e financeira, remunerando a produção e o trabalho com renda digna e conseqüente.

Que montasse uma equipe de técnicos e gestores profissionais a fim de atacar os grandes problemas internos nacionais com eficiência e eficácia.

Que elevasse a nível internacional o nome do Brasil e sua representatividade e não o seu próprio nome, sempre despido de vaidades e interesses pessoais.

Que por estas suas ações e atitudes, motivo de seus discursos enquanto sindicalista postulante ao poder, o brasileiro resgatasse o orgulho e os valores patrióticos tão minimizados ao longo dos últimos tempos.
Que o cidadão voltasse a andar de cabeça erguida e ao falar sobre o seu país o fizesse com prazer e satisfação.

Que o Presidente do Povo, o ex–metalúrgico combatente e batalhador, banisse a corrupção, a conivência, o comprometimento letal com o crime organizado e implantasse a punição exemplar a todos aqueles merecedores da força e do poder da lei, principalmente os do “colarinho branco”.

Que ao exigir a revisão dos Códigos de Justiça resgatasse sua representatividade e novamente propusesse a igualdade de direitos a todos de forma que TODOS os benefícios, penas e sistemas prisionais fossem aplicados de forma coerente, indiscriminada, adequada e justa.

Que exigisse do Congresso Nacional interesse, seriedade, critérios e presteza ao formular as leis exemplificando com atitudes sérias e dignas aos congressistas em geral, e desta forma contribuir para o resgate seguro e concreto da democracia e suas instituições.

E finalizando, que este Líder Popular, de origem humilde, vindo do seio do povo, estimulasse com seus atos positivos o nascimento de outras lideranças que dessem continuidade a seus dignos passos.

E aconteceu exatamente o contrário! Será que eu queria muito? E a maioria dos brasileiros não pensava assim? Era utópico e impossível?

Não! Era perfeitamente possível, bastava para isso NÃO MUDAR e “Ele” definitivamente, mudou, preferiu rasgar a carteirinha de décadas de luta para tornar-se “emergente” estadista e capitalista, morar em um palácio com cerca de 38/40 serviçais, investir em sua mulher de forma a que esta viesse a se tornar uma “boneca de figuração” e não uma primeira dama com atribuições pelo menos com fins sociais, compor suas negociatas e conchavos com cerca de 40 ministérios e afins, viajar pelo Mundo a contar bravatas em inúmeros tours com comitivas gigantescas e finalmente, olhar-se ao espelho e ver diante de si um IMPERADOR.

O ex–Lula deu lugar a um “novo Lula” que nada tem a ver com aquele original, bravo e lutador, de outros tempos, que na real não era tão chegado ao trabalho, chegando até a cortar um dedo para receber o seguro, mas era uma “esperança do Povo”.

Este que aí está é uma pálida, muito pálida e envelhecida lembrança daquele outro que o povo conduziu à Presidência da República depositando toda a sua confiança, esperanças, ansiedades e necessidades. Aquele que tinha tudo para marcar seu nome como o mais respeitado e realizador Presidente da República do Brasil.

Que decepção!