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terça-feira, 8 de março de 2011


“Tudo é negocio e nem sempre limpo”
Ricardo Martins

É triste, mas real! Nada contra a atividade nobre de “negociar”, trocar, vender, comprar, investir, forma também de empreender, porém nem tudo, há muitos anos, tem sido um bom negócio ou um negócio bom e limpo para todos ou para a grande maioria envolvida. Poucos, proporcionalmente, tem tirado proveito positivo destas - vou chamar de “operações comerciais” ou “produção e promoção de eventos diversos”- que variam em seu resultado de acordo com os interesses morais e éticos envolvidos. Por exemplo, ser político no Brasil é um ótimo negócio para muitos, para a grande maioria, assim como servidor público, independente da graduação, do setor ou da instituição, já o povo, reflexo deste “bom negócio”, este que se 
lixe!

Lamentavelmente tudo virou “negócio”, o dito “business”, onde poucos, via de regra, ganham muito em detrimento dos demais envolvidos. Querem um exemplo? O Futebol profissional ou os esportes em geral, 
todos com o tempo se tornaram puro negócio, falou-se tanto em profissionalização e deu no que deu!

Vou focar apenas dois exemplos dentro de nossa realidade: o Futebol e o Carnaval, ambos com grande apelo popular, verdadeiras paixões,  que efetivamente poderiam oportunizar trabalho para muitos e outro tanto, na mesma proporção, de divertimento. Isso que dizer que poucos vivem profissionalmente destas atividades? Não! Um grande número, porém a divisão do bolo é desproporcional, ou seja, poucos auferem muito e um enorme contingente de pessoas, pouco! Fora o dinheiro ilícito que circula neste meio, tipo comissões, participações, por fora, sem recibo, super faturado, enfim, a famosa “bola”, o “envelope em espécie”.

Por que tantos dirigentes de clubes e principalmente de federações e confederações não querem deixar o “filé”?

Exatamente por isso, por ser um “filé”! Você já imaginou o que existe de “Figuras Estranhas ao Futebol” (artigo no BLOG http://vai.la/kzk), dentre empresários, olheiros, indicadores, “recomendadores”, procuradores, agentes, intermediários de toda a natureza. E todos beliscam. Imaginem agora os contratos de marketing vendidos pelas confederações, nacionais e internacionais, pacotes por participação em copas, torneios e olimpíadas, tudo é “vendido”, todos os eventos que envolvem as competições. E o mais grave, resultados são negociados, manipulados e vendidos, isso é público.

No caso do Carnaval a situação é semelhante, existe alguma profissionalização, porém com inúmeros interesses escusos em pauta, acrescente aí que as comunidades, em geral, são as que menos ganham ou recebem, muitos tem que pagar pela própria fantasia. Considerando o montante envolvido, o retorno para as comunidades é mínimo.

Algumas escolas ou trios elétricos têm algum projeto social, ainda muito incipiente e frágil diante da grande necessidade, e mesmo assim são de iniciativa normalmente do atleta ou do artista envolvido. As Ligas, federações ou confederações nada fazem a respeito
.
Isso sem levar em conta a enorme estrutura pública que deve ser colocada a disposição dos “carnavalescos”, sambistas, adeptos, do folião, enfim, por todos os cantos de uma cidade. Estrutura esta que no dia a dia é carente e insuficiente às necessidades da população. Por exemplo? Atendimento a saúde, segurança, limpeza, transporte e outros. Contra senso? Certamente que sim!

Concluindo, nada contra o entretenimento, divertimento, lazer ou contra as atividades, muito menos contra a paixão popular, mas o dinheiro envolvido é tanto que deveria ser mais bem aplicado, em infra estrutura, em empregos, mais empregos e melhores remunerações, isso sem considerar o investimento no social. Todos deveriam por Lei, (no Brasil apenas assim funciona algo), ser obrigados a investir determinado percentual em ações sociais e outros projetos estimulantes, limpos e lícitos.

Resumindo, são muitos milhões envolvidos e poucos centavos investidos nas bases, na formação, na dignidade e na desportividade, em ambas as atividades. O Futebol e o Carnaval perderam a essência para se tornar, como outros tipos de entretenimento, negócios e não tão limpos.