Contador de Visitas

Seguidores

sábado, 28 de setembro de 2013

61 anos!
Ricardo Martins

Completados recentemente, o que ainda sempre me surpreende, pois para mim o tempo passou rápido demais, e lamento não ter vivido mais, ter aproveitado mais, conhecido mais pessoas, caminhado e viajado mais, diversificado ainda mais meu trabalho, procurado mais, amado mais, ter sido, quem sabe, menos exigente, menos idealista, menos seletivo. Será? Enfim! 61 anos e agora para muitos fora de moda, superado, velho e sem nada a dizer e a acrescentar, pena para aqueles que pensam assim, notadamente aqueles que estão a frente do mercado de trabalho em geral, para estes a experiencia, vivencia e aprendizado nada contam, eles esquecem que também vão chegar aqui, como eu. Será?

Sessenta e um  anos e ainda jovem, pujante, a fim de fazer, realizar, contribuir, cheio de vontade, de tesão, de energia boa, mas por fora a imagem é, para muitos, de um velho de cabelos brancos que nada mais pode fazer e que não deve mais ter oportunidades e desfrutar de projetos  vários, instigantes e desafiadores, sejam profissionais, sociais e políticos, ou seja, alguém que deve, aos olhos destes,  literalmente se aposentar, pendurar as chuteiras e cuidar de quinquilharias em casa.

As meninas e meninos, chamam-me de “VÔ”, as mulheres de coroa,  e os homens descartam-me como concorrente, por um lado isso é bom, profissionalmente sou desconsiderado formalmente, excluido, “um velho marginal”, enfim este é o sistema, a vida que as pessoas criaram e ilusoriamente a enxergam e praticam.  Ledo engano, mas como eles detém o poder e a decisão, as coisas acabam acontecendo assim, uma pena, entretanto vou mostrando a “eles” que estão enganados totalmente, equivocados e errados.
Realmente pelo lado físico a realidade é mais limitada, mas a sensibilidade, a criatividade, a inteligencia e competencia mais afinadas, evidentes e positivas, é de se ter aparentemente mais paciencia e ser mais cordato, óbvio vejo tudo de forma um pouco mais ampla e conceitualmente mais prática (?).

É claro que a expectativa é outra, é diferente,  quando se tem 40 anos é uma coisa, com 61 é outra, isso assusta? Sim? Propõe medo e ou insegurança? Com certeza! É mais difícil planejar, decidir e até compartilhar, nada se sabe do desconhecido, do que vem ou não vem pela frente, ao mesmo tempo o instigar continua, o desafio idem, a forma de ver as coisas mais claras e com outras possibilidades, alternativas e soluções, mas isso é que vai ou está dentro de cada um, de mim, daqueles que chegam com saúde a esta etapa da vida. 

Externamente é tudo mais complicado e controvertido, as pessoas mais jovens, via de regra, consideram-se sábios e eternos, se tem ou possuem um status social e condição financeira privilegiado, além de algum “poder”, pior ainda, esquecem que no banheiro  “fazer” o nº 2 é igual para todos, mudando apenas o aspecto físico do local, também o fim do ciclo da vida é semelhante, e o buraco para onde se vai, idem, uns mais simples que outros, e não poderia ser diferente, uns fazem questão de manter a pompa, mas todos viram, como todos, NADA!

Portanto,  como por toda a existencia por aqui, a que chamamos de Vida, a gente aprende e cada dia mais que nada somos, apenas agentes modificadores, influenciadores, acumuladores de experiencias vividas e que o outro é igual em tudo e merece todas as oportunidades, sempre, independente de qualquer coisa e ou diferença, devemos oportunizar, compartilhar, proporcionar, mais que isso interagir, trocar, aprender com humildade e sapiencia e aplicar o que foi aprendido.

Nesta “vida” a gente devia aprender a amar e respeitar o próximo, sem nada exigir, fazer da convivencia uma força única e uma união inquebrável, transformar esta magia em momentos especias, todos e sempre, nada ter no coração além de amor, boa vontade, reconhecimento e estímulo para si próprio e para os outros. Nada de raiva, rancor, ciumes, desalento e desesperança, apenas acolhimento, acatamento e aconchego. Se tem algo a resolver, enfim que isso seja feito claramente, diretamente, objetivamente e definitivamente, com certeza os  dias seriam melhores, mais leves e coloridos, e não seria este mundo triste, bárbaro, cruel,  insensível, banal e vulgarizado onde vivemos ou sobrevivemos.

Por tudo isso, apesar do susto dos 61 anos, ainda creio, acredito, desejo, tenho esperança e tento fazer algo, mínimo, a fim de contribuir com melhores dias, mais oportunidades, tranquilidade e felicidades para todos.

Óbvio que eu gostaria de viver um ano e voltar dois, rsss...! No fundo acho que não, pois desta forma não teria esta vivencia razoável  e a forma de enxergar as coisas, a chamada experiencia de vida.


Vou seguindo em frente, no ritmo que a Vida me reserva, tentando contribuir com o Destino e sem enfrentar o Tempo, apesar dos medos, inseguranças e temores, que por nada troco, nem pela aparente juventude.