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domingo, 22 de abril de 2012


Ainda é tempo, apesar do Tempo!
Ricardo Martins
Jamais pensei que em tão diminuto espaço de tempo, apenas 45 anos depois  dos meu 13 anos, iria me referir a Vida como meus avós o faziam: “No meu tempo, era assim ou assado”! Ah! Outros tempos aqueles!

Como já sou avô então, e já tenho 45 anos a mais que meus 13 anos!

Na real é mesmo apavorante parar e sentir que o tempo passou e rápido demais, em grande velocidade, deixando uma sensação de tempo perdido ou mal aproveitado. E isso soa meio doloroso, mesmo quando temos a mais absoluta certeza de que aproveitamos o que foi possível, ainda assim a sensação de perda persiste, pois certamente poderíamos ter aproveitado mais e melhor. se desprezássemos ou direcionado menos importância as coisas pequenas que acabam desgastando situações e relações.

O interessante é que como não nos vemos de frente, apenas através de alguém ou de um espelho, não sentimos esta passagem nem registramos muito as marcas do tempo, pois internamente somos os mesmos, os de sempre. 

Entretanto,  na real já não somos os mesmos, estamos mais velhos e as expectativas e perspectivas são outras, enfim. O que equilibra isso, a meu ver, é a maturidade adquirida através da vivência do dia a dia, a experiência acumulada e o aprendizado direto na fonte, através das pessoas, e conseqüentemente a certeza de que o tempo caminha para frente de forma inexorável e dentro de seu próprio ritmo, não tem jeito de combatê-lo,  só aproveitá-lo.

O que lamento de forma geral é que as pessoas tenham criado tantas dificuldades e obstáculos para si mesmos e do nada, rotulando situações de forma exagerada, julgando prematuramente ações e atitudes ou ainda condenando posturas precipitadamente, e neste exato momento perdendo um tempo precioso com questões pequenas, ridículas e irrelevantes ao invés de tirar melhor proveito delas e viver mais e bem mais intensamente.

Evidente que as convenções sociais são indispensáveis à Vida em comum, senão viveríamos em uma Torre de Babel, sem códigos, valores e padrões de comportamentos, mas existem muitos exageros e por via de conseqüência, podem crer, vive-se menos, no sentido intenso do que propõe naturalmente a Vida.

Observe quanto tempo perdido por críticas ou comentários vazios, sobre alguém ou sobre suas escolhas, se as  escolhas são pessoais e intimas! Considerando que não agrida nem invada o espaço do outro tudo bem! A Vida segue!

Preocupados com o excesso de moralidade ou com questões de opção individual, a sociedade, as pessoas, o cidadão em geral não se preocupou com a observação, integração e interferência na chamada evolução e com isso a situação no Brasil e conseqüentemente das pessoas,  chegou ao ponto em que está: destrambelhada, caótica, perdulária, degradante, deprimente em setores vitais, no gestão e no serviço público, por exemplo, e o POVO, em geral, deixou a onda ir e vir, se atirou ao Mar e literalmente nadou no sentido da correnteza, mesmo sabendo que esta  estava no desvio da rota,  por interesses escusos, sujos e ilícitos.

Hoje, de pouco tempo para cá, possivelmente por conta da Internet e as chamadas Redes Sociais encontre-se mais indignação, cobranças e noção de cidadania, porém ainda a grande maioria continua a prestigiar a perda de tempo, por exemplo, os BBBs e assemelhados da Vida, discutindo as preferências, as posses e status do seu vizinho, indiretamente comparando-se e olhando a Vida por cima, superficialmente. O certo, contudo,  é que para estes o Tempo também vai passar, e???? O que restará?

Com toda a certeza a mesma sensação de perda de tempo de todos, porém mais intensamente, pois chegará o momento em que o status, o dinheiro e o poder nada poderão  acrescentar ou trazer de solução, e ai como fica??? O destino final é o mesmo para todos!

Penso que temos  que aproveitar o máximo a cada dia, intensamente, sem limites mesmo, profundamente, entretanto preservando o respeito ao próximo, ao outro, e as regras fundamentais do convencionamento social e da convivência em sociedade, sem exageros de moralismo, falsos pudores ou “carolice religiosa”, não obstante e responsavelmente integrando-se as causas justas da cidadania, necessárias ao bem estar do povo e do país. Justiça e oportunidade para todos.

 Viver a Vida intensamente, sem, contudo, deixar de ser cidadão ou rasgar seus ideais por conta de coisas pequenas e chulas.

É tempo ainda, mesmo que o Tempo tenha passado rapidamente, de realizar, de construir, e principalmente de viver de forma prazerosa esta Vida maravilhosa e ainda tão desconhecida e misteriosa, que a nós foi oferecida, gratuitamente.

É verdade, também, em “outros tempos” ou no “meu tempo”, as coisas e as pessoas em geral eram ou foram muito melhores, tinham mais qualidade, mas isso é assunto para outra oportunidade.

É tempo de viver mais e melhor!