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domingo, 4 de julho de 2010

Figuras Estranhas ao Futebol

Ricardo Martins

Futebol, o esporte bretão, das multidões, apaixonante, emocionante e sempre surpreendente, dentro de campo!

Nos últimos anos, porém, surpreendentemente, tem promovido a ascensão de figuras totalmente estranhas ao esporte. Há cerca de 30/40 anos, quem freqüentava o campo de futebol era apenas um torcedor apaixonado e disciplinado, um desportista. Não era arruaceiro, nem violento, muito menos possuía espírito destruidor, seu objetivo era apenas torcer pelo seu clube, falar e vibrar por sua paixão!

Lamentavelmente, isso mudou! Nos dias de hoje o que se vê são pessoas agressivas e totalmente fora do contexto esportivo. Violentas e covardes. Vão aos campos de futebol para provocar e agredir, destruindo a beleza do espetáculo. Muitas vezes fazendo vitimas fatais ou com seqüelas permanentes. Este tipo de ”torcedor” nocivo e desagregador é uma figura totalmente estranha ao futebol e ao saudável ambiente esportivo.

No passado existia o “procurador do atleta”, era aquele que defendia os interesses dos jogadores junto aos clubes, normalmente era um parente, o pai, tio, cunhado ou o melhor amigo, enfim, alguém de confiança do atleta. Era quem discutia contratos novos e renovações, condições de trabalho, uma série de situações que envolviam a relação clube e jogador. Com o passar dos tempos, surgiu à figura do “empresário“, um intermediário na relação de compra e vende dos atletas de futebol e de outros esportistas, muitos destes ainda meninos.

São os empresários quem estabelecem os valores e preços pagos por quem compra o “passe” dos referidos atletas. Valores estes, normalmente estratosféricos e completamente fora da realidade, porém como muitos são os que ganham com estas transações, dentre eles, diretores de clube, de federações ou confederações, profissionais de imprensa, olheiros e “indicadores”. Um infindável numero de pessoas. Na realidade hoje, proporcionalmente, quem menos ganha é o atleta.

Este “empresário” também pode ser considerado uma figura estranha ao futebol e ao esporte em geral.

Ainda tempos atrás, eram os “sócios” dos clubes, também empresários, em diversos setores da sociedade, que apoiavam a associação social e esportiva do seu coração, contribuindo para que nada faltasse aos atletas e ao próprio clube. Eles emprestavam dinheiro para a compra de jogadores, renovação de contratos e até mesmo para a construção de estádios.

Hoje existem os “patrocinadores”, aqueles empresários ou empresas, também chamados de investidores, que vêem o clube como um negócio e desta forma investem somas fabulosas com o objetivo de lucrar, como em outro negocio qualquer. Muitos inclusive se consideram “donos” do clube, interferindo diretamente na administração deste ou no departamento de futebol e até mesmo no time. Vivem pressionando o técnico para escalar este ou aquele atleta. No caso da Seleção interferem na convocação de atletas e outras situações. Certamente mais uma figura estranha ao meio futebolístico e ao desporto em geral.

Hoje é comum ocorrer um duplo comando nos clubes e até nas seleções refletindo em elencos “rachados” por força desta divisão nas diretorias. Esta situação devastadora é motivada pela presença de patrocinadores ou “parceiros” com outros interesses, que intervém, palpitam, querendo mexer em tudo e acabando por promover a discórdia e o aparecimento de maus resultados.

Isso tudo é muito ruim, para todos os envolvidos principalmente para o coração dos apaixonados torcedores.

É fácil enumerar outras “figuras estranhas” que habitam o “Planeta Bola”, por exemplo: uma série infindável de técnicos ou terapeutas, especialistas em alguma “ciência” fantástica e mirabolante e que por gordos salários prestam serviços aos clubes e as entidades ligadas ao esporte. Isso sem esquecer a grande maioria de “magnânimos, decentes e éticos”, dirigentes de entidades ligadas ao futebol e outros esportes. Os verdadeiros “culpados” por invenções tipo: direito de arena, exploração da imagem, participação em contratos de risco, enfim! Evidentemente as invenções visam $$$ ou vantagens próprias e diretas.

Com certeza, o poder exacerbado do dinheiro, as negociatas, acordos e até mesmo venda de resultados acabou atraindo “figurinhas” minúsculas em espírito, que em nada contribuíram com o esporte, apenas trouxeram problemas, polemicas ou acrescentaram atitudes pouco recomendáveis e com reflexos negativos dentro de campo e no cotidiano dos clubes e seleções brasileiras.

As figuras expostas acima são todas, estranhas, supérfluas e nocivas, portanto são desnecessárias e devem se banidas para sempre da cena esportiva do Brasil!