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sábado, 30 de janeiro de 2010

O que aconteceu? Onde estão todos?

Ricardo Martins

Cada dia fica mais difícil encontrar as coisas comuns e simples de outrora, alguns sinais, pelo menos, de respeito, educação, companheirismo, compartilhamento, amizade, sinceridade, caráter, decência, amor ao próximo e amor de verdade entre as pessoas. Que terá acontecido?Onde anda ea essência? As pessoas mudaram ou mudou o Mundo? Pergunto-me freqüentemente. Sem querer exagerar, isso é assombroso e real, chega a ser assustador.

Certamente as pessoas mudaram e mudou o Mundo e ambos para pior. Aconteceu entre todos, independente de camada social, etnia, religião, partido político, enfim, simplesmente entre as pessoas em geral, e como conseqüência arrastou outros sentimentos humanos, indispensáveis à vida, enxurrada abaixo.

Observem! “Ontem” o prazer mesmo mercantilizado, vendido, existia, era um tesão natural, espontâneo, vigoroso, onipresente e onipotente, a imaginação fluía de forma mágica a fantasiar momentos e abraços. Nestes tempos de hoje, após uma explicitude banalizada, o prazer se tornou artificial, mecanizado e enlatado.

Na realidade o artificial tornou-se “ordem do dia”, inclusive no quesito “beleza”. O natural, que é a expressão mais definitiva do belo, perdeu espaço para as agulhas e bisturis. Fabricam agora mulheres “plastificadas ou emborrachadas”, que quando passam, caminhando, até causam maravilhosa sensação, mas quando se pega causam profunda decepção. Que pena! Nem mulheres bonitas, independente de idade, se fazem como antigamente. Triste exemplo de que tudo mudou.

Em tudo o natural e espontâneo deu lugar à industrialização e ao artificial. Como ter qualidade assim, se quem está por trás disso são pessoas desta era e com o perfil descrito no primeiro parágrafo deste?

Qualidade de vida é viver em paz, junto a Natureza? É verdade, mas é muito mais que isso: é ter amigos sinceros, alimentação saudável e conviver com atitudes, em geral, decentes e éticas, obter facilidades e não complicações. Contribuir para ver as pessoas alegres e felizes, cheias de prazer por tudo, principalmente pelo ente amado e pela Vida. Compartilhando, convivendo e interagindo com o outro. Gente como a gente!

Lembro-me com saudades dos tempos de minha infância e adolescência no Rio de Janeiro, época de revolução universal de padrões, conceitos e fé, revolução sem armas, cultural e musical, onde a paz, as flores e principalmente o amor eram o objetivo. Os Beatles, a Jovem Guarda, Tropicália e Bossa Nova, sons maravilhosos de violão, guitarras eletrônicas;. Muita música, poesia e pessoas unidas em torno de todos. Gatinhas lindas e naturais. Roupas coloridas, cabelos compridos e muita coisa boa na cabeça e no coração. Eram tempos de “pelada” na rua ou em inúmeros campos de futebol, pela região, inclusive nos morros, hoje palco de carnificina, era a outra tônica. Torcer pelo meu Fluminense, outros pelo Flamengo era motivo de discussão sim, porém sempre terminava em risadas, gozações e num abraço.

O que mais impressiona e marca na saudade, hoje é a lembrança da amizade sincera, o abraço de um amigo e um abrigo. Onde quer que fosse havia um coração aberto ao outro e a mão estendida, como um incentivo à vida. E com certeza esta, a vida, era melhor, mais pura, sincera, leal e real. Outros tempos que parecem tão distantes e estão ali ao alcance de todos.

É importante dizer que não se trata de “Varandão da Saudade” ou coisa assim. Pensando bem até pode ser, mas é muito mais profundo que isso e muito mais sério. Parece um caminho sem volta. Uma estrada longa e sem luz. Um trecho irreversível.

É triste concluir que, a grande maioria das pessoas, não tem vivido e sim sobrevivido, isso por conta do progresso, modernismo, status, dinheiro e poder.

Eu trocaria isso tudo, mesmo que tivesse tudo, por um simples e sincero abraço de um amigo, por um beijo de amor, ou para quem sabe, ver de novo o meu Rio de Janeiro de outrora.

Ver e conviver com gente, como antigamente, sem “grilos”, estresse, psicoses, traumas e dor. Apenas gente boa!