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sexta-feira, 17 de junho de 2011


Tijucas: 151 anos! E daí?
Ricardo Martins

13 de junho! O município de Tijucas, situado na região litorânea sudeste de SC, próximo 40 km da capital Florianópolis, completou 151 anos de emancipação política, a meu ver, com pouquíssimo ou nada a comemorar. Infelizmente!

Registro isso com tristeza e desgosto, porém convictamente e dentro de uma realidade evidente. Trata-se de uma cidade com 30.000 habitantes que tem apenas certa tranquilidade de vida e pouco mais de sossego em alguns bairros residenciais com alguma beleza física e sem nenhuma infra estrutura, seja de comércio, serviços, lazer e entretenimento. Além disso, com exceção de uma eficiente distribuição de água de boa qualidade e o empenho e dedicação da Secretaria de Cultura, não existe nenhuma presença positiva do serviço público. A Iluminação pública é deficiente e precária, ruas calçadas de forma irregular, com pedras ou paralelepípedos e que em sua grande maioria, encontram-se esburacadas e sem qualquer manutenção.

O transito é mal planejado, não conta com nenhum tipo de fiscalização junto a pedestres, condutores de veículos e “bicicleteiros”, pretensiosos, atrevidos, irresponsáveis e mal educados, que se atiram de forma afoita a circular pela cidade.
O serviço público é deficiente, no seu todo e carente de bons profissionais e propósitos, grande parte de seu “efetivo” é composto de cabos eleitorais e de obséquios políticos, conseqüência de “acertos de campanha”.

Em sua grande maioria, seus gestores e líderes, incluindo os “secretários e diretores de empresas municipais” deixam claro que a competência e o interesse coletivo estão em segundo plano, fazem por fazer ou por algum interesse pessoal ou corporativo, e certamente isso se reflete na população, que recebe serviços inadequados às suas reais necessidades.

Um lamentável exemplo? O atendimento à saúde pública, os postos carecem de medicamentos básicos ou direcionados, disponibilidade de horários para consultas médicas, exames e outros procedimentos, além de equipe médica reduzida, porém os veículos automotores, estes sim foram adquiridos as dezenas pela atual equipe gestora. Este é fato real e reclamado diariamente por usuários, pacientes e cidadãos, portanto, estão claros aos olhos daqueles que querem ver e enxergar o óbvio!

Na real, a administração municipal tem base na antiguidade e no retrocesso político, estando bem identificada com o período feudal e os tempos dos “Coronéis”, ou seja, onde se aplicava um sistema político retrógrado, predominando a compra de votos e os pequenos favores em troca dos mesmos. Tudo isso controlado por um pequeno grupo político sob a égide de um líder que se auto beneficia disto e considera quem critica, diverge ou não apóia esta situação como adversário.

Apresentam uma gestão ineficiente e maquiada de pequenos feitos bem vendidos (?) ao povo, por exemplo, calçamentos de ruas, ainda com pedras ou lajotas, alguma reforma de escolas ou creches (novas nem pensar), que quando inauguradas exige-se a presença dos funcionários públicos, para incrementar a festa do Prefeito, extenso foguetório e churrasco.

 Ah! Nada de modernidade, progresso, desenvolvimento ou evolução.
No aspecto comercial, industrial e do turismo, Tijucas está longe, bem distante mesmo de qualquer ação de implementação de projetos afins.  O comércio até tem inaugurado boas propostas e idéias, porém o ciclo de vida útil tem sido mínimo, as “novas” lojas não ultrapassam 06 meses de atuação e já estão fechando as suas portas, existem casos até de 60/90 dias, por isso denomino o atual e preponderante estágio da atividade comercial local como um “grande cemitério de bons negócios”. E o mais lamentável é que não se vê, a partir das instituições gestoras do setor, privadas ou públicas, nenhuma iniciativa prática, efetiva, suportada por um bom planejamento e direcionada à reestruturação e reaquecimento do setor. O comércio dos demais municípios em torno ou próximos a Tijucas agradecem, pois os tijuquenses vão até lá para realizar suas compras.

Isso é muito triste, são 151 anos longe, distante de uma cidade moderna. Tijucas acumula ainda problemas de base visíveis, não existem calçadas nas ruas, são inúmeros os terrenos baldios abandonados, assim como animais de todos os tamanhos vivem abandonados nas ruas, durante o verão ou período de elevadas temperaturas, moscas, mosquitos, cupim e outros assemelhados assolam os bairros de toda a cidade.

Não existe um sistema de transporte coletivo adequado às necessidades da população e faltam políticas reguladoras para o transito pesado de caminhões, carretas e outros, a insegurança publica é uma dura realidade e o povo está refém de bandidos e criminosos que por aqui se instalam ou buscam refugio, nota-se preocupantemente a presença de mendigos, pedintes, andarilhos e desocupados por toda cidade, enfim, problemas que expõe a sociedade de forma perigosa. É importante não esquecer que a cidade tem um presídio instalado em suas terras.

Então, o que se tem a comemorar? Pouco, muito pouco, diante das carências e necessidades da população e repito isso é de se lamentar, gostaria de estar fazendo registros positivos e que indicassem progresso e desenvolvimento, muito mais que isso, o bem estar da comunidade.

Outro detalhe a esclarecer: o objetivo não é acusar ninguém gratuitamente, nenhuma observação é pessoal e sim institucional, porém que pensem como quiserem principalmente os “pequenos de espírito”. Nada registrado por aqui é “fofoca” ou segredo de estado, ao contrário, é público e do conhecimento de quem quer dos fatos tomar conhecimento.

O momento de Tijucas é de mudar conceitualmente e de forma prática e objetiva desde sua postura política e sua forma de administrar o município, sob o risco de permanecer involuindo, caminhando para trás, a passos de caranguejo, enquanto todos evoluem e progridem, caminhando para frente, a passos largos e seguros. E quem pode fazer isso? O povo, através do voto consciente.

Outra coisa! Vamos falar sério! 151 anos  é mais que hora de encarar a realidade? Não concordam?