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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Comércio = Transportes = Desenvolvimento

Como ter um comércio forte sem transportes coletivos?

Ricardo Martins

Uma série de situações propõe o desenvolvimento de uma cidade e por conseqüência sua atividade econômica. Entre eles, um dos mais importantes, seria a miscigenação social e profissional, expressão que uso para classificar e identificar as ações de mistura de experiências entre quem já está e quem chega, sem isso é praticamente impossível crescer ou se desenvolver.

Existem ainda em muitas regiões, em pleno século XXI, cidades que ainda resistem a isso que se caracteriza na figura do medo da concorrência entre profissionais e investidores. O que é lamentável, antigo e sem propósito, além do que reflete diretamente e de forma negativa no desempenho econômico daquela região. Sem o intercambio e a integração entre quem está e quem chega o resultado é a estagnação. Ao invés de andar pra frente desenvolvendo todos os setores produtivos da economia, estes acabam reagindo lentamente e isso é muito ruim para todos, ainda que muitos não o queiram admitir.

Dentre os setores que mais sofrem está o comércio que necessita de estímulos básicos para que seu desempenho seja positivo e não se transforme em um cemitério de empresas que fecham suas portas antes mesmo de começar efetivamente suas atividades.

Dentre estes estímulos ao Comércio está o meio de transporte das pessoas, da população compradora, que necessita dos serviços coletivos de transporte para se locomover, ir às compras ou resolver questões de interesse familiar no centro da cidade. Enfim, imaginar uma cidade sem este serviço em pleno ano de 2009, na era da globalização, é no mínimo preocupante e surpreendente. Como isso é possível? Como ninguém se interessa em resolver esta situação retrógrada e desestimulante para o investidor, para o consumidor e para o contribuinte?

Tijucas está a 40 km da capital do Estado e na linha litorânea de acesso a todas as regiões do Estado. Todos exaltam sua localização privilegiada e estratégica e no entanto não possui um sistema mínimo de transporte coletivo adequado às necessidades de sua população, trazendo assim conseqüências nefastas ao seu desenvolvimento e ao comércio local. E o pior: não se ouve ninguém se manifestando a respeito, nenhuma entidade ou instituição ou mesmo a Prefeitura Municipal se pronuncia sobre o assunto. Será esta ótica errada? O transporte coletivo adequado não seria tão importante assim? Como crescer e se desenvolver, então? Como estimular o investimento se não existe consumo?

É certo que Tijucas têm em sua população um bojo mais popular, mas são cerca de 7500 famílias que necessitam consumir e deveriam faze-lo por aqui, em sua cidade. Nem todas desfrutam de transporte próprio e ainda a maioria das pessoas trabalha fora, o que deve ser observado quando se pensar em horários de deslocamento e de funcionamento do próprio comércio.

Sinceramente o que penso é que já passou da hora de algumas resistências ignorantes, negativas e retrógradas sucumbirem ao desenvolvimento, deixando de lado interesses pessoais e políticos que apenas demonstram insegurança e egoísmo ao invés de interação e integração, que através de critérios sólidos, principalmente éticos e de respeito ao próximo, pode conduzir esta cidade para um patamar de desenvolvimento sustentável e seguro com qualidade de vida para todos que nela vivem. Comércio, transporte coletivo e desenvolvimento andam de mãos dadas e um não acontece sem o outro.

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