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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Antro ou Covil?

Ricardo Martins

Antro ou covil, alguns de seus sinônimos querem dizer ambiente ou lugar, por exemplo, antro de marginais, ambiente ou lugar de marginais. É o mesmo caso de covil, cova de cobras, lugar ou ambiente de bandidos, canalhas e maus caráter. Ao escrever sobre isso me vem à cabeça, não sei porque, o Congresso Nacional e toda aquela camarilha que lá está. Muitos há anos, roubando, assaltando, espoliando, dilapidando o dinheiro e o patrimônio do povo e dando a seu povo, principalmente no Norte e Nordeste, aquilo que se tem visto diariamente na mídia: uma enorme fartura, “lá farta de tudo”, não existem escolas decentes, postos de saúde e hospitais públicos, emprego, rodovias, renda, assistência social e principalmente falta dignidade a aquela gente, lamentavelmente.

Enquanto isso, seus representantes na Câmara e no Senado andam de avião particular, chegando a pagar salários de 8.000,00 aos seus pilotos, óbvio que com dinheiro público (Deputado Geddel Vieira, pela Bahia), dividem comissões, organizam e comandam falanges criminosas que apenas os enriquecem cada vez mais, mentem, falcatruam, falseiam, comem do bom e do melhor, residem em mansões, viajam de um lado para o outro com passagens pagas por nós contribuintes, constroem castelos, formam comitivas que mais parecem excursões de luxo ao exterior, empregam parentes e amigos em seus gabinetes, importam prostitutas, garotas e garotos de programa a peso de ouro para suas festinhas particulares, traficam drogas e contrabandeiam armas e munições e matam ou mandam matar, enquanto o povo que os elegeu continua na miséria.

Esta situação do Norte e Nordeste do Brasil transcende aos tempos e vem desde a época do mais cruel coronelismo que entre outras coisas pregava e praticava a não educação do povo, a falta de esclarecimento e da informação das pessoas mantendo-as escravas através de seus benefícios e donativos próprios Era também comum a estes coronéis se tornarem padrinhos dos filhos de toda a população da cidade que dominavam e desta forma mantinham o cabresto sobre as pessoas e controlavam suas vidas, e isso ainda hoje existe em muitas cidades da região e o resultado aí está, estampado na mídia nacional: enchentes, tragédia, miséria, doença e dependencia cultural e educacional. Isso sempre interessou aos políticos da região e a seus representantes na Capital do país, que nada faziam e fazem para reverter este quadro. O mais grave é que continuam a se beneficiar dos resultados pois o povo ignorante não sabe votar e acaba mantendo-os nas tribunas.

Evidente que esta situação infelizmente não é privilegio apenas do Congresso e se estende ao judiciário e ao executivo, que da mesma forma encontram-se atrelados ao bonde da corrupção, do desinteresse público e da impunidade, e o mais grave: não existe ninguém trabalhando para que este estado de coisas se modifique ou se altere, e em minha avaliação o mais grave é que estes maus exemplos vêm em forma de cascata para os estados e municípios que acabam formando grupos de interesse tentando se eternizar no poder a fim de não perder a boquinha, e assim tentam se manter através de panelinhas e grupinhos.

E então, eleitor? Será que minha mente devaneou quando associou antro e covil aos três poderes da República no Brasil? Será que estou errado ou estou vivendo em outro país? Será que minha avaliação é ácida e estou sendo injusto? Entendo que, infelizmente, gostaria até que isso não fosse verdade, mas a cada dia isso fica mais evidente e notório. E isso é lamentável.

Sinceramente espero ver um dia todos estes canalhas na cadeia trabalhando para pagar sua alimentação e manutenção pessoal e no lugar de antro ou covil possamos reconhecer no Congresso e nos demais poderes da República ambientes limpos, éticos e efetivamente representativos do povo brasileiro para que finalmente tenhamos orgulho de nossa representatividade política, em Brasília, nos estados e municípios.

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