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domingo, 16 de junho de 2013

Éramos felizes com certeza e não sabíamos!
Ricardo Martins

Era bom e a gente não sabia! É verdade! Há pelo menos quatro décadas atrás, um pouco mais certamente, éramos felizes e não sentíamos, não sabíamos!

Era menino no subúrbio, zona norte do meu querido Rio de Janeiro, filho de uma família de classe média, onde todos tinham que trabalhar e muito para vivermos com certa dignidade, enfim, mas tínhamos de tudo.
Educação rígida e exigente em casa, colégio de boa qualidade, inclusive as escolas públicas, professores dedicados e que “puxavam” pelos alunos, exigindo dedicação e interesse de todos, nas escolas todos tinham que observar códigos de disciplina e conduta e isso era muito bom, com certeza na época achávamos chato, mas hoje sabemos o quanto foi importante para nossa formação de caráter e personalidade.

Boa alimentação, de qualidade e ótima procedencia, embalagens de acordo com a legislação, empresas íntegras, decentes, responsáveis, que realmente se interessavam pelo prazer, satisfação e saúde do consumidor e cliente.

Brincávamos nas ruas com liberdade, correndo, jogando bola, andando de bicicleta, colhendo frutas nos quintais dos vizinhos, subindo aos morros em redor sem nenhum perigo para brincar com os colegas e amigos, enfim... uma infancia e adolescencia feliz e saudável.

Podíamos frequentar o Maracanã e demais campos de futebol com segurança e torcer sem maiores pressões, haviam as provocações, contudo sadias e sem maiores atos de violencia, brigas e confusão. Íamos aos bailes nos clubes, plena era do Beatles, guitarras, Jovem Guarda e ye ...ye ..ye, as festinhas nas casa das meninas no sábado a noite,  cabelos compridos, calças boca de sino, cuba libre, eletrola e os sucessos da época, dançar agarradinhos e beijar a “gatinha manhosa”. Doces e deliciosos momentos, realmente erámos felizes e nada percebíamos.

As pessoas eram gentis, cordiais e afetivas, havia amizade entre as famílias vizinhas, as mães eram amigas de verdade e até confidentes entre si, andávamos de BONDE e de lotação, íamos à praia, ao cinema e passear na pracinha, namorar as lindas gatinhas, amassos no portão, com certeza,  éramos mesmo felizes e não sabíamos.

 O mundo era mundo e de tudo acontecia, a revolução cultural, industrial e consequentemente o desenvolvimento, o modernismo, a política, o poder, status e dinheiro, a comunicação, a Televisão, (esta destroçou as famílias com certeza) e o progresso, o sucesso,  a busca pela vaidade, o marketing, a informação em tempo real, a informática, a internet, guerras, revoluções, racismo, desentendimentos religiosos, a banalidade, o crime por nada, a disseminação das drogas, o traficante, o contrabandista, a corrupção, as quadrilhas políticas, as greves, os sindicatos, os movimentos sociais, na verdade antro de marginais e pessoas com interesses escusos, a falta de responsabilidade e interesse no serviço e gestão pública, o marginal, o menor infrator frio e contumaz, a impunidade, a perda de qualidade nos alimentos e em geral, enfim, o “mundo moderno e progressista” e outras mudanças que na real trouxeram a dor, a infelicidade, o vazio à muitas famílias por todo o mundo por perderem entes queridos nas mais absurdas e cruéis situações.

 E por fim a perda de qualidade das pessoas, da gente, da raça humana, que cada vez mais se depreciou, deteriorou, degradou e tornou-se predadora, destruidora universal por todos os angulos a se analisar e avaliar.

Tudo mudou a partir daí e a perda de qualidade, a irresponsabilidade e atitudes criminosas transformaram pessoas em monstros cruéis e bárbaros, que se vendem por nada, negociam vidas da forma mais vil e banal, sem escrúpulos e valores morais. Isso serve para tudo e todos os setores em atividades na chamada sociedade.

Temos nos últimos 40/50 anos empresários sem escrúpulos, políticos mau caráter, agentes públicos em geral e em todos os níveis, verdadeiros marginais, bandidos e criminosos contumazes e impunes, irresponsabilidade e desinteresse, além de um antro de corrupção e crimes contra o cidadão, dentro dos 03 poderes da república, enfim tudo na real involuiu, trouxe à tona a verdadeira face do ser humano. Que preço não??


Progresso? Modernidade? Evolução? Aonde?? Nós realmente éramos felizes e não sabíamos!

2 comentários:

Unknown disse...

Sim Ricardo, éramos muito felizes e não sabíamos, pena que nossos filhos não vivenciaram toda essa felicidade e nós sofremos por isso e o que nos resta é mostrar e ensinar pra eles o que aprendemos pra que eles tenham mais fé e lutem pela vida com sabedoria. Suas palavras nesse texto já dizem tudo, só acrescentei um pouquinho do meu sentimento. Bjos

lilisou disse...

Tantas alegrias..Velhos tempos
Belos dias.