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terça-feira, 31 de maio de 2011


“Uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa”
Ricardo Martins


Tenho observado que muita gente, alguns até de forma inconsciente, tentam se manter a meu ver, de forma hipócrita, “politicamente corretos”, ou seja, arranjando justificativas e ou explicações diante de situações completamente sem justificativas ou explicações e acabam, como se diz, misturando as coisas.
Por exemplo? O caso do Sistema Prisional, que está caótico há tempos, sem a mínima estrutura, deficiente em relação a demanda por vagas e carecendo de gestão eficiente e interessada, além de ser inteiramente desumano.

Outra situação grave é que boa parte dos apenados, que já cumpriram suas penas, poderiam estar fora do sistema e alguns, possivelmente, até ressocializados, não fosse a falta de interesse, inércia e lentidão do que se chama por aqui, de “justiça”, do poder judiciário.

Este é o ponto crucial deste tema: “Ressocializar”, como fazer isso? De que forma?
É necessário, inicialmente, separar “o joio do trigo”, porque antes de tudo “quem é bandido, bandido é’’, e este deve, a meu ver, ficar eternamente na cadeia, por isso reafirmo: ”uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”.

E neste momento em que se cobra mais rigor nas leis, na necessidade da eliminação de benefícios e privilégios ao criminoso, que surge o famigerado “politicamente correto”, todos demagogos e hipócritas, com o discurso decorado: “temos que reeducar ou reoportunizar, não punir em demasia”, enfim...

Óbvio que a reeducação ou a nova oportunidade para quem merece e quer de fato, é de vital importância e meritória, agora para os criminosos contumazes, aqueles que fazem tudo friamente e premeditadamente, pelo prazer de delinqüir, para estes é cadeia até o final dos seus dias.

Para isso na indispensável revisão, reestruturação e readequação do sistema prisional e da Lei Penal, seria necessário rever cada caso, separar em unidades prisionais distintas e adequadas, aqueles que podem e querem uma nova oportunidade e rever a Lei de forma a ser mais dura com quem reincide e mais branda com quem merece a reintegração.

Penso que neste caso, este é o caminho seguro, reeducar quem quer e “trancar definitivamente” quem merece.

Outro exemplo bom para ilustrar este artigo é o caso do “menor infrator”, que não se resolve, também por falta principalmente de vontade política e interesse público das autoridades competentes.

Há anos discute-se a redução da maioridade penal sem chegar a lugar algum, a solução alguma, a meu ver apenas uma cortina de fumaça, pois a necessidade real é alterar o texto da lei para que o menor infrator, sobretudo aquele contumaz, seja punido com rigor a partir de qualquer idade. Infringiu, punição exemplar como qualquer outro infrator adulto, como na maioria dos países do mundo.

 “Os caras” ficam a discutir o assunto, apenas para inglês ver, empurrando com a barriga, com a intenção clara de nada fazer ou decidir, tratando com desinteresse e de forma inapropriada um tema que contribui sobremaneira com a insegurança pública e vulnerabilidade do cidadão. Enquanto isso, “o menor infrator” sabedor de sua situação de inimputável, continua delinqüindo, cometendo crimes bárbaros, cruéis e hediondos.

Quando a sociedade realmente interessada pressiona e o tema volta à tona, o politicamente correto vem falar em educação, enfim, como se isso não fosse a base de tudo e de fundamental importância, entretanto há que se considerar novamente cada caso, individualmente, pois existem aqueles, mesmo menores, que não tem nenhuma possibilidade de se reintegrar ao convívio coletivo e as comunidades.

No caso do processo de ressocialização também o critério deve ser o mesmo, separar quem se interessa em voltar ao convívio digno com todos e os que não se interessam por uma nova oportunidade, preferindo o mundo do crime.

Estes exemplos sobre casos e situações gravíssimas do nosso cotidiano ilustram visivelmente o que pretendo dizer, evidenciar, objetivar e deixar claro neste artigo. Hipocrisia à parte e com base no bom senso, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!

Um comentário:

Carla Pola disse...

Realmente.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa, outra coisa.
No meu tempo de adolescente tinha uma amigo que dizia: criança que já faz criança, não é mais criança.Bons tempos!

Concordo com o fato de não ter maioridade penal.Dependendo o crime e a idade os jovens já têm discernimento para saber o que é certo ou errado.

Aos 10 anos já sabem que é errado matar ou roubar, por exemplo.

Na verdade precisamos de uma mudança profunda em tudo que diz respeito ao crime: leis, processos, reabilitações, presídios (gosto do modelo japonês, andam de cabeça baixa e não podem nem falar entre eles, de cada 100 que entra, 99 não volta..Explicação: Eles tem que meditar nos crimes que cometeram, trazendo prejuízo à sociedade, desonra à família, enfim..)
Eu não aguento mais esse pessoal dos DHs... Um estuprador para casa eles não levam, levam?

Apesar que um estuprador é um ser humano doente e deveria permanecer em manicômios judiciais, com assistência...

De qualquer forma, aqui em SC, não temos essa encheção de saco dos DHs, não se criam...

Ótimo texto!
Beijocas