
Fim de Ano...
Novo Ano!
Natal e
outros!!!
Ricardo Martins
Reitero aqui o que sempre disse: O Natal é a fábula mais
bonita, real, terna e luminosa que já vivi, li e reli, contudo sempre condenei,
e com o passar dos tempos, cada vez mais, a comercialização absurda desta data
e de outras, significativas também; dias das mães, semana das crianças, e diversas...outras
tantas. O que lamento na real é que a ternura, a ingenuidade, a pureza e a
beleza dos sentimentos envolvidos nestas datas tenham perdido para o poder
absoluto da comercialização, das vendas, status social, dinheiro e por que não
dizer para o poder, pois, o poder econômico é dos mais massacrantes, seletivos,
separatistas e discriminatórios que existe.
O Natal era marcado pela cartinha a Papai Noel, o sapatinho
na janela, o brilho nos olhos das crianças que de tudo faziam para ver o “Bom
Velhinho”, enfim, a reunião em família, de verdade e sincera, sempre em harmonia
e paz.
Com a denominada “era da comunicação” e o advento do
desenvolvimento tecnológico, globalização competitiva e feroz, a disputa acirrada
entre homens e mulheres, notadamente no campo profissional, o fim do feminismo
e a busca por direitos iguais (com os quais concordo), além do boom da classe média,
com acesso ao alto consumo e posição mais privilegiada social e as gerações de
filhos sem os pais dentro de casa, tudo mudou e para pior, a meu ver, pois
também com o aparecimento do cheque pré datado e as “promoções” programadas em
calendários festivos e comemorativos, pelo setor econômico e produtivo, o tempo
passou há engolir o tempo, tudo ficou mais “interesseiro” e as datas ganharam o
cunho apenas do vendedor, do comprador, além do produtor, que enche, há anos o
mercado de “ótimas e modernas” ofertas de produtos que vão do popularíssimo ao
sofisticado, contudo todos com grandes e definitivas características de pura
tecnologia e até algum perigo.
E a tudo isso ao longo dos tempos, o ser vivente chama de
“civilização e progresso”, modernidade, desenvolvimento, enfim, tudo bem, nada
contra o conforto, direito de todos, mas sem exageros e preservando a vida,
sempre.
Hoje, e nos últimos anos, as pessoas não se olham mais nos
olhos, vizinhos de lado, de divisa, nem se conhecem, amigos? Apenas virtuais,
alguns, ou de trabalho, desde que envolva interesse e oportunidades, para ambos.
Raro é compartilhar, reconhecer, retribuir e conviver, muito raro,
lamentavelmente, e isso é real.
Infelizmente prevalece a hipocrisia, o falso moralismo, a
falsidade e a falta de caráter, exemplo disso? Fácil! Quantos estão milionários
graças à fé do povo mais humilde, falando em nome de Jesus e Deus, de forma
suja e sem nenhum pudor nem escrúpulos? E os políticos e gestores públicos cada
vez mais desinteressados, corruptos e ou corrompidos permeando e disseminando a
podridão e a sujeira no setor público em geral, ah! e o empresário? Que maquia
preços, modifica embalagens, falsifica pesos e medidas, enfim e aumenta preços
todos dos dias, sem a menor justificativa.
Ah! Já ia me esquecendo de grande parte da imprensa
tendenciosa, vendida e pervertida pelo dinheiro de seus investidores e outros
interesses escusos e ilícitos.
Hoje é algo raríssimo uma amizade sincera e o respeito entre
um e outro, é triste, muito triste isso. Via de regra as pessoas se acham
melhor que o outro, como se status lhe conferisse este poder, julgam e criticam
o próximo com desfaçatez e cara de pau!
Confesso que preferia mais os meus tempos de menino, e nem
faz tanto tempo, onde tudo era mais leve, a gente nem percebia o tempo passar,
as festas eram festas, a datas e comemorações efetivamente valiam a pena, era
tudo mais limitado, contudo, mais feliz, lúdico e feliz, com certeza.
Sabe um abraço, ah um abraço tinha o sentir e o calor de um
abraço de verdade, um beijo era mesmo sincero, e um aperto de mão valia e
muito, ah! E Papai Noel existia.
