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sábado, 31 de março de 2012


Possessividade é triste e perigoso!
Ricardo Martins
Penso que tudo que é exagerado não é bom, nem agradável, nem gostoso! Nada muito extremado ou extremoso me atrai, sempre pensei assim, gosto do natural, do simples, do normal. E isso serve para os sentimentos, que a meu ver devem ser reais, concretos, intensos, sinceros, leias, enfim, mas exageradamente extremos não!

É possível dizer algo enfático, sincero e as pessoas confundirem com exagero, principalmente neste mundo egoísta e individualizado destes dias, nos últimos 20/30 anos, onde a franqueza e a sinceridade estão claramente fora de moda, apesar de as pessoas ”clamarem” por isso em seus discursos vazios, como se fossem políticos mal intencionados. E o pior, quando voce é naturalmente sincero, leva o rótulo de “precipitado”, “exagerado” e até mal intencionado, com segundas intenções.

É frequente ver as pessoas reclamando de sinceridade, jogo aberto, mas quando aparece alguém que assim pensa e procede, hummm, mentiroso!

Evidente que isso é direcionado mais às mulheres e sua peculiar forma característica e precipitada de avaliar alguém ou alguma coisa. Esta é outra postura e atitude que me incomoda. Agora, mais que isso há o ciúme excessivo e exacerbado, a possessividade, o sentimento de Ter alguém, como se fosse sua propriedade e a partir daí sua individualidade, liberdade e independência deixasse de existir. Um exagero, um excesso, um extremo desagradável!

Isso na maioria das vezes fica bem claro no sentimento que une mãe e filho ou filhos, esta dedicadíssima mãe exagera quando embota a personalidade, o sentir, o decidir de seus filhos, fazendo isso por eles, assumindo isso por eles.

 Isso é responsável por inúmeras carreiras fracassadas e milhares e até mesmo milhões de casamentos desfeitos e infelizes, além de lamentavelmente vidas frustradas em profusão e abundancia.

Da mesma forma isso ocorre entre namorados, amantes, marido e mulher ou assemelhados, esta posse exagerada acaba com qualquer tipo de relacionamento, no nascedouro ou ao longo de um tempo, e vai desgastando ao ponto do rompimento e as vezes isso se dá de forma até passional e violenta. O pior caminho é deixar de reconhecer o outro e sua individualidade, deixar de respeitá-lo, tentar mudá-lo ao seu desejo e satisfação, enfim, isso é ruim, muito ruim.

Muitas vezes as pessoas chegam a atos que não condizem com sua educação e formação, por exemplo, invadir a privacidade do outro, que existe sim, mesmo que ambos estejam juntos em um relacionamento, isso é sagrado! De outro intento chegam a contratar alguém para seguir o parceiro, procura observar o outro com freqüência sem lhe permitir espaço algum, isso é grave, mais que isso, doentio.

Desconfia de amizades naturais e normais, enxergam coisas onde nada existe, muitas vezes até induzem isso, o outro despertado desta forma passa a efetivamente realizar, tipo “já levo a fama mesmo”, então!!!

Esta atitude leva sempre ao amor possessivo e radical, onde certamente o final será breve e não muito feliz como no filme “Atração Fatal” e tantos outros nesta linha de comportamento, atitude e postura. Perigoso isso!

O que é de lamentar nisso tudo? A real possibilidade de perda precipitada de muitos relacionamentos que poderiam ser bacanas, legais, relativamente tranqüilos, muito intensos e bem curtidos.

Poxa, já bastam as interferências externas de família, amigos também possessivos e da própria vida e suas exigências. O lutar pelo conforto de ambos, a segurança familiar economica e financeira além de sua estabilidade emocional já é tão complicado e difícil pelo próprio ritmo imposto por todos às suas vidas, que conviver com isso é demasiado e lamentável.

Observe o Tempo como anda cada vez mais rápido, inexorável e exigente,  e por cima disso ainda atitudes doentias e desproporcionais, é demais!

O mais interessante é que este tipo de sentimento atinge pessoas de bom nível de formação e educação, filhos de famílias aonde a informação chegou bem, consistente e mais cedo. E sinceramente quem não tem seus segredos, seus desejos, sonhos e fantasias, que em inúmeras situações e oportunidades deixam de ser compartilhados por conta destes extremos e exagerados sentimentos! Triste isso!

Sempre é hora de refletir, de rever, de reconsiderar se isso realmente vale à pena! Basta querer e se despir de vaidades e egoísmos, assumindo a auto avaliação de forma positiva. Defeitos, falhas, erros, todos cometem, mas muito na ansia de acertar e isso certamente é o melhor norte para uma vida mais sossegada, tranqüila e feliz entre as famílias e os relacionamentos de qualquer natureza.

Pense nisso!


6 comentários:

Rosana Corrêa - @Sentido_Existir disse...

Ricardo,

Você expôs uma questão superinteressante: relações humanas. Complexas e imprescindíveis para o ser humano, que não nasceu para viver só.
Instalou-se no homem do século XXI o medo, a desconfiança e o desejo de posse. Se somos sinceros nos nossos sentimentos, por diversas vezes somos mal-interpretados, porque ninguém mais confia em ninguém. (salvo as exceções evidentemente).
Muito se perde nas convivências hoje por medo. Amizades e amores são deixados para trás pelo medo de correr riscos.
As convivências hoje se estabelecem não só na vida real, como na virtual (onde a insegurança e o medo ainda é maior). Precisamos redescobrir a confiança no ser humano. Necessitamos de reaprender para usufruirmos de relacionamento estáveis e harmônicos.
Desejo de posse é insegurança ao meu ver. O ser humano é complicado, não é meu querido amigo? Vamos por aí, vivendo e tentando manter o coração aberto para o outro e para todos os tipos de amores saudáveis.

Beijos!

Nair Pessoa disse...

Caro Ricardo. Penso que o sentimento de posse num relacionamento independe do sexo; até porque se fôssemos nos ater a isso, veríamos que os crimes passionais são mais masculinos que femininos. Todavia, concordo plenamente com você no que diz respeito a esse sentimento exagerado de ciúme por parte da maioria das mulheres! Para mim, o ciúme traduz duas coisas: 1) Posse: Olha-se o ser amado (namorado(a), marido/esposa, amante, etc) como objeto e não como um ser individual totalmente à parte do outro; 2)Auto-estima baixa: A pessoa não se sente segura quanto ao sentimento do ser amado e exige cada vez mais dele.
Para mim, tanto um quanto outro traduz EGOÍSMO! O verdadeiro amor nada exige, só se entrega e; se este amor é correspondido existirá entregas e renúncias de ambas as partes pois, ambos irão querer fazer com que o outro seja feliz. Existe uma "filosofia de caminhão" que traduz bem essa via de mão dupla do amor: "Queira-me do jeito que eu sou, para que um dia eu venha ser do jeito que queres que eu seja."

Marisa Cruz disse...

CARO RICARDO

SER HUMANO SEMPRE SERÁ UMA ETERNA CAIXA DE SURPRESAS!!!

Marisa Cruz

bebethsal disse...

O Amor é bom quando se respeita a individualidade do outro mas o Amor é tão dual que as coisas acabam por se misturar. Não se pode esquecer também que individualidade não é individualismo.Neste, a pessoa não se sente parte do casal, só pensa em si mesmo e relega o outro a um plano inferior, sem lhe dar prioridade.Acredito que quando a pessoa se sente realmente amada, ela tem confiança no seu parceiro.

Regina Brasilia disse...

O ciúme não é apenas insano, irracional. Ele é a negação do amor. Amor só é, se incondicional. Ele não acontece onde existe controle, exigência. Amor é vida, constrói, é luz. Faz ver a luz. Não cega. Paixões, que podem ser o início mas também o fim de um relacionamento, é que podem cegar. Se cegar, jamais chega a amor. Amor é entrega, e não tomada. Doa, não invade. Amor não pede, nem desonra, nem desconfia. Amor se fia. E ensina. Só se é, sendo. Amor é tão raro, mas tão raro, mas tão raro, que onde está, preenche. Logo, não há espaço para ciúmes, nem qualquer outro sentimento. Ele se basta.

Belo texto!

JO•♥• disse...

Bom dia! Li seu artigo e compactuo: Sentimento de posse é triste (p/ ambos) e perigoso. Cita tb a 'desconfiança' essa pode ser fruto de decepções anteriores e nesse caso o melhor a fazer é EVITAR sempre que se percebe que a possibilidade de vir a passar por isso é premente! Excelente a forma como abordou o tema. Abraços